A Religação dos Saberes reúne as discussões das Jornadas Temáticas organizadas por Edgar Morin, em março de 1998, a pedido do então ministro da educação da França, Claude Allègre. Religar ciências da natureza e ciências da cultura constitui um problema de amplas dimensões; por isso, Morin reuniu um renomado grupo de intelectuais franceses em torno dessa discussão.
Se parece óbvio, pelo menos no plano cognitivo, que nenhuma sociedade é capaz de se pensar a si mesma com sabedoria e autonomia sem a religação, as instituições educacionais, do ensino fundamental à universidade, incumbidas que estão de preservar e recriar o patrimônio cultural do planeta, continuam a fortalecer o modelo da fragmentação, da especialização e da disciplinarização em todo o mundo.
Restava saber por onde iniciar as discussões. As Jornadas Temáticas foram a estratégia encontrada para discutir e consolidar a ideia de religação. As oito jornadas tematizam o mundo, a terra, a vida, a humanidade, manifestações como arte, literatura e cinema, a história, as culturas adolescentes e o próprio conhecimento.
Participou das jornadas um renomado grupo da intelectualidade francesa. Afinal de contas, como afirma Morin na última jornada, somos todos filhos do cosmo, e, por isso mesmo, a nossa missão é transmitir às novas gerações uma política que integre a razão e a paixão, a onda e a partícula, a unidade e a multiplicidade.