Os 7 Saberes Necessários à Educação do Futuro (Experiência, reflexão e proposta)
💡 Transmissão Via Zoom
⏰ De 06 de agosto a 24 de setembro de 2025
🧭 Quartas-feiras, das 20h às 22h
🕓 Carga horária: 40 horas
🎓 Certificado
O que você vai vivenciar:
8 Rodas de Diálogo com Prof.ª Dra. Izabel Petraglia, Prof.ª Dra. Maria Cândida Moraes, Prof.ª Dra. Mariangelica Arone, Prof.ª Dra. Maximina Freire e Prof. Dr. Wilson Horvath.
Aprofundamento em cada um dos 7 Saberes.
Textos exclusivos, leituras complementares e espaço para trocas reais.
Elaboração de um pré-projeto ou artigo científico com possibilidade de publicação.
“Este texto antecede qualquer guia ou compêndio de ensino. Não é um tratado sobre o conjunto das disciplinas que são ou deveriam ser ensinadas: pretende, única e essencialmente, expor problemas centrais, ou fundamentais, que permanecem totalmente ignorados, ou esquecidos, e que são necessários para se ensinar no próximo século.” (MORIN, 2000, p. 13).
Inscrição
O participante deverá fazer a sua inscrição em formulário próprio, link abaixo. Após a inscrição, receberá o link de acesso à plataforma virtual do Zoom, individualmente, por meio do WhatsApp.
Certificação: Os certificados serão disponibilizados em PDF, após 30 dias de entrega da avaliação e, mediante a frequência de pelo menos 75% no curso. Para receber o certificado de 40 (quarenta) horas, o(a) cursista deverá ter apresentado seu pré-projeto, ou um artigo científico, à secretária do Centro de Estudos e Pesquisas Edgar Morin, pelo e-mail [email protected] ou [email protected]
Investimento: R$ 757,00 em até 4 parcelas mensais sem juros ou com 10% de desconto à vista no Pix = R$ 681,30. Associados do CEP Edgar Morin tem 30% de desconto = R$ 530,00 que pode ser parcelado em até 4 parcelas mensais sem juros, por pix. A chave Pix do CEP Edgar Morin é o CNPJ: 12.951.494/0001-79.
50% de desconto (para cada um) de grupos de 5 ou mais pessoas.
R$ 250 quando for uma pessoa só – professor/a de escola básica.
Por favor, enviar os comprovantes de pagamento por e-mail.
Introdução
Há mais de 25 anos, Edgar Morin nos ofereceu um legado precioso, intitulado Os Sete Saberes para uma Educação do Futuro, documento solicitado e publicado em 1999, pela UNESCO, em mais de 100 países. Apesar de seu reconhecimento mundial, de sua pertinência, importância e extrema relevância pedagógica, política e ética no que se refere à construção de um futuro sustentável e um mundo de convivência solidária para as futuras gerações, este documento não vem sendo devidamente explorado em seu potencial transformador e precisa ser retomado com a devida urgência pelos profissionais da educação, não apenas pelas escolas de educação fundamental, mas em todos os níveis de ensino e instituições educacionais do nosso país.
Justifica-se esta nossa preocupação por vários motivos. Um deles certamente é que, com o tempo, o trabalho de Edgar Morin vem se revelando, a cada dia, mais potente, impactante, rico e vigoroso, tanto em nível nacional como internacional, em função dos atuais problemas emergentes. Ele continua sendo um autor de grande impacto intelectual e internacional: um intelectual brilhante, alimentado pelo rigor, precisão e competência para lidar com questões profundas relacionadas à nossa condição humana e ao papel social do conhecimento diante da “agonia planetária”. Ele continua nos convidando a reexaminar as raízes de nossos pensamentos e a questionar as nossas ações individuais e coletivas, bem como nossa cegueira diante da desumanidade dos fatos ocorrentes, a cada dia mais intensos e preocupantes no que se refere à sobrevivência da humanidade. Aos educadores, vem exigindo a reforma do pensamento pedagógico e nos incentivando a transformar nossas “matrizes pedagógicas” que alimentam práticas educativas tradicionalmente construídas e fragmentadoras da realidade, do conhecimento e da vida.
Em suas obras, artigos, entrevistas e ensaios, além das questões ontológicas e epistemológicas relacionadas “à aventura do conhecimento”, Edgar Morin tem questionado aspectos atuais de extrema relevância: a crise civilizacional que estamos vivendo, a ética, a cidadania planetária, os valores do bem-viver no que se refere à sustentabilidade ecológica, à solidariedade, à inteligência coletiva; a compreensão mutua; os desafios e as ameaças à condição humana e à convivência entre todos os seres vivos, o que nos leva a concluir que a difusão do Pensamento Complexo e de suas obras é, hoje, uma tarefa cívica e humanista da maior relevância, parte de um movimento de resistência e de esperança, indicando, mais do que nunca, a pertinência e a urgência da obra 7 Saberes para uma Educação do Futuro.
Hoje, mais do que em qualquer outra época, compreendemos a relevância dos princípios apresentados como 7 Saberes para uma Educação do Futuro e do Presente e a importância de incorporá-los à política educacional e ambiental e, se possível, transformá-los em Política de Estado, visando ao desenvolvimento de uma reflexão mais aprofundada e uma melhor compreensão dos “fazeres ecossociais” dos educadores envolvidos nessas transformações. Este conjunto de saberes é fundamental para se questionar o mundo ao nosso redor, seus problemas, suas soluções e possíveis encaminhamentos. E esta postura é, hoje, condição urgente para que possamos encontrar respostas e soluções mais pertinentes à gravidade dos problemas que nos afetam e que passam pela compreensão de nossa condição humana como seres ecobiopsicossociais e culturais, contraditórios e erráticos, lúdicos, prosaicos e poéticos. É preciso entender que nossa história é fruto de um processo complexo, em que se combinam ordem e desordem, crises e possibilidades, incertezas, emergências, resiliências e inéditos viáveis, como nos diria nosso querido amigo Paulo Freire. É preciso compreender a complexidade intrínseca aos problemas que temos que lidar cotidianamente, como é o caso das mudanças climáticas e suas consequências em relação ao rompimento dos ciclos naturais da cadeia de carbono e que vem afetando a química dos oceanos e o metabolismo dos seres vivos.
Sabemos que a educação continua sendo o instrumento mais eficaz na preparação das novas gerações para projetar o futuro e lidar com as incertezas e crises de uma civilização que parece navegar à deriva. Ela é, sem dúvida, o instrumento mais potente de mudança em direção a novos estilos de vida, à construção de uma sociedade mais justa, fraterna, solidária, responsável e comprometida. Juntamente com Edgar Morin, comungamos da ideia de que esses princípios precisam ser urgentemente vivenciados não apenas no dia a dia de nossas escolas, mas, sobretudo, no cotidiano da vida de qualquer cidadão/ã, não podendo mais serem postergados para um horizonte a se perder de vista. Isto porque o caos climático é a emergência global mais importante e urgente que vem afetando a vida no nosso Planeta Terra, o que vem requerendo ações substanciais e imediatas por parte de todos nós.
Ao pensar na sobrevivência da humanidade e nas mudanças climáticas que vêm assolando o nosso Planeta é preciso, urgentemente, investir em uma reforma do pensamento, como quer Edgar Morin, a partir de uma reforma da educação. Reforma que necessariamente precisa vir sempre acompanhada por uma maior abertura do coração, pois acreditamos que uma reforma do pensamento nutrida por um coração amoroso, sensível, solidário e fraterno, seria aquela capaz de ajudar o ser humano a percorrer o mais longo dos caminhos, ou seja, aquele que conecta a mente ao coração, nos dizeres de Leonardo Boff. Precisamos cultivar o diálogo, a solidariedade, a compaixão e a fraternidade entre todos e promover a paz consigo mesmo, com o outro e com a natureza. Precisamos, com urgência, aprender a religar as relações do triângulo da vida, representado pelas interações e pelos diálogos criativos entre indivíduo/sociedade/ natureza, cuja fragmentação está na raiz de nossa crise civilizatória.
Por outro lado, acreditamos, como proposto por Morin, que se desejamos reformar o pensamento, ou seja, trabalhar a partir de uma outra racionalidade propulsora de uma nova consciência planetária, que cultive uma lógica diferente da lógica binária, é necessário reformar também as estruturas político-institucionais. Mas, sabemos que não é possível reformá-las sem uma anterior reforma do pensamento humano, o que denota a necessária transformação de um círculo vicioso em um círculo virtuoso, ao ser compreendido em sua indissociabilidade. Por onde começar? Como reformar os espíritos se não se reforma, simultaneamente, as instituições e a educação, nos pergunta Edgar Morin? E como reformar as instituições se, antes, não reformarmos os espíritos? É o próprio Edgar Morin quem nos responde em seu diálogo com Nelson Vallejo-Gómez (2009)[1], informando-nos que as grandes reformas começam sempre pela decisão de espíritos lúcidos que criam novas instituições, novas experiências, novas possibilidades, nos mais diferentes níveis educacionais, sejam eles formais ou não-formais. Ele nos adverte de que é preciso atacar por todos os lados, abordando problemas específicos para cada um desses níveis, em especial, para a escola elementar, lembrando-nos de que, é neste nível, que devemos envidar nossos maiores esforços, priorizar nossas atenções, já que as crianças e os jovens sentem, espontaneamente, as ligações entre os fenômenos e suas solidariedades.
Assim, justificamos a importância dos 7 Saberes para o desenvolvimento de uma educação ambiental crítica e emancipatória, pois, em realidade, trata-se de uma nova epistemologia de natureza complexa e que funciona como ferramenta para aprender a pensar bem, ou seja, para aprender a pensar eticamente bem, no sentido de poder realizar as conexões entre o todo e as partes, entre unidade e diversidade, tanto no que se refere ao ser humano, como também ao mundo e à vida. Funcionam como princípios estruturantes do pensamento e da ação humana e que devem estar presentes na reorganização dos sistemas ecossociais, visando ao pleno desempenho de sua função educadora/formadora/transformadora no que se refere às condições do ser em seu estar no mundo. Para Edgar Morin, funcionaria como uma carta de princípios a que toda sociedade, toda a cultura, independente das nacionalidades, deveria ter acesso, evitando-se, assim, os sete “buracos negros”[2] que ainda prevalecem na educação dos países.
Os 7 saberes necessários à educação do futuro, apresentados por Edgar Morin, são considerados fundamentos essenciais para o desenvolvimento de programas e projetos para a educação do presente e do futuro, reconhecendo-os como importante base inspiradora, capaz de permitir e direcionar a abertura ao diálogo e à reflexão coletiva sobre o ensino da compreensão e da condição humana, da cidadania planetária e da ética do gênero humano, condições fundamentais para uma práxis ecossocial dialógica, sustentável, transformadora e humanizante.
Daí o nosso interesse e compromisso por uma educação transdisciplinar:
- que privilegie os 7 Saberes necessários a uma educação do futuro propostos por Edgar Morin; por uma educação pautada no desenvolvimento da compreensão e da condição humana, na cidadania planetária, na ética do gênero humano e no bem-viver, no sentido de colaborar para que os indivíduos possam lidar com a complexidade intrínseca às múltiplas crises ecossociais, econômicas, políticas e existenciais que colocam em risco a sobrevivência humana e a preservação da vida no Planeta;
- iluminada pelos saberes propostos no referido documento e que destaca a importância de se criar espaços dialógicos, criativos, reflexivos, resilientes e democráticos, formais ou não-formais, capazes de viabilizar o surgimento de práticas pedagógicas ecossociais fundamentadas nessas temáticas e pautadas na solidariedade, na ética, na paz, na justiça social e no bem viver;
- capaz de oferecer uma educação transformadora centrada na condição humana, no desenvolvimento da compreensão, da sensibilidade e da ética, na diversidade cultural e pluralidade de indivíduos; uma educação que privilegie a construção de um conhecimento pertinente de natureza transdisciplinar, envolvendo as relações indivíduo–sociedade–natureza como condição fundamental para a construção de um futuro viável para as gerações presentes e futuras.
- Que compreenda a inclusão como modo de viver/conviver e de ser/estar no mundo, de compartilhar os diferentes espaços ecossociais, em nível local, global e planetário, como maneira de pensar, de ser e de agir no mundo. Uma inclusão introjetada no modo de se viver/conviver e concebida a partir das relações hologramáticas entre o todo e as partes.
Desta forma, ratificamos o nosso interesse e compromisso com os 7 Saberes propostos no referido documento e a importância de se criar espaços dialógicos, inclusivos, criativos, reflexivos e democráticos, formais ou não-formais, capazes de viabilizar o surgimento de práticas ecossociais fundamentadas nessas temáticas e pautadas na solidariedade, na ética, na paz e justiça social. Entendemos também que uma Educação que privilegie os 7 Saberes poderá colaborar para que os educadores ecossociais possam lidar, de modo mais competente, com as múltiplas crises sociais, econômicas, políticas e ambientais que, atualmente, colocam em risco a sobrevivência humana e a preservação da vida no planeta.
Todas estas reflexões levam o Cep-Edgar Morin a propor a realização de um Curso sobre os 7 Saberes para uma Educação do Presente e do Futuro, de curta duração, perfazendo um total de 40 horas.
[1] VALLEJO-GOMÉZ, Nelson. Morin, humanista planetario. Colección Medallistas Encimas. Lima/Perú: Derrama/INFODEM, 2009.
[2] Morin descreve os sete buracos negros da educação como sendo os seguintes: as cegueiras do conhecimento que está sujeito ao erro e a ilusão; a falta de um conhecimento pertinente; a fragmentação de nossa condição humana; a falta de compreensão; a incerteza; desconhecimento de nossa identidade terrena; ausência da bioantropoética.
Objetivos Gerais
- Refletir sobre os 7 saberes para uma Educação do Presente e do Futuro, reconhecendo-os como princípios éticos humanistas que a educação deve considerar, para repensar o papel da escola na atualidade e questionar sua dinâmica operacional.
- Proporcionar um ambiente de estudo e de difusão do Pensamento Complexo de Edgar Morin, a partir da obra 7 Saberes para uma Educação do Futuro, como um modo de compreender e interpretar a realidade, diante de novos e intensos desafios da contemporaneidade.
- Dialogar sobre a importância de se desenvolver a compreensão humana, como requisito fundamental para um melhor entendimento dos mecanismos funcionais do pensamento, do conhecimento e da ação para viabilizar as reformas do pensamento e das instituições propostas por Edgar Morin.
- Mobilizar educadores ecossociais e demais profissionais das áreas de educação para a necessidade urgente de se trabalhar os Sete Saberes necessários a uma Educação do Futuro/presente, nos diversos ambientes educacionais, destacando sua relevância para a transformação do pensamento e da educação atual, condição necessária para a sobrevivência humana e planetária.
- Compartilhar experiências inovadoras no âmbito da educação formal e não formal que abordem questões relacionadas à complexidade e à transdisciplinaridade, a partir do 7 Saberes.
- Construir um espaço dialógico, criativo e reflexivo, baseado na obra 7 Saberes para uma Educação do Futuro, identificando possíveis desdobramentos em relação a uma política educacional pautada na solidariedade e responsabilidade social, ética e ambiental.
Objetivos Específicos
- Analisar, refletir e compreender a complexidade da condição humana e suas consequências pedagógicas e formativas.
- Descobrir e analisar os erros e as ilusões mentais, intelectuais e racionais que, explícita ou implicitamente se legitimam e se reproduzem nas instituições educacionais.
- Avaliar as consequências educativas da disciplinaridade curricular, da hiperespecialização, da descontextualização do conhecimento nos processos de ensino e aprendizagem.
- Identificar e analisar possíveis transformações institucionais necessárias para que a ética do gênero humano seja uma realidade cotidiana, consciente e sistemática e não algo meramente extemporâneo e marginal.
- Criar as condições experienciais necessárias para que cada um possa interrogar e compreender sua condição humana hipercomplexa no mundo em que vive.
Público-alvo
Os principais destinatários deste curso são professores(as), educadores (as) de todos os níveis e modalidades de ensino, bem como gestores, coordenadores pedagógicos, pesquisadores, estudantes de graduação e pós-graduação. Destina-se também àqueles/as profissionais de outras áreas do conhecimento interessados/as na mudança paradigmática da ciência e seus efeitos na construção de novas identidades humanas que privilegiem o desenvolvimento da compreensão e o cultivo de novos valores, em um mundo cada dia mais interconectado e interdependente.
Concepção do Programa
Os conteúdos e atividades do presente curso estão agrupados em oito módulos descritos a seguir, perfazendo um total de 40 h.
Módulo 01 – Introdução: O mundo mudou e a educação? Contextualizando a problemática mundial, as transformações e demandas planetárias atuais.
- Crises civilizatórias e a necessidade de se buscar novas vias para se construir um novo humanismo planetário, capaz de promover as reformas necessárias direcionadas ao bem-viver. (Palestra de Abertura de Edgar Morin na Conferência sobre os 7 saberes, em Fortaleza/Ceará)
Módulo 02- As cegueiras do conhecimento – Todo conhecimento traz consigo o risco do erro e da ilusão. Ambos paralisam a mente humana desde o surgimento do homo-sapiens.
- As necessidades educativas de nosso tempo;
- As cegueiras paradigmáticas;
- Disciplinaridade e especialização: as cegueiras do currículo escolar;
- Pensamento crítico e leitura crítica da realidade: a função construtiva dos erros;
- As funções dos sistemas educativos: propostas de revisão.
Módulo 03 – Os princípios do conhecimento pertinente – O conhecimento pertinente é aquele que não mutila o seu objeto. Entretanto, o ensino por disciplina, fragmentado e dividido, impede a capacidade natural que o sujeito aprendente tem de contextualizar.
- A fragmentação do conhecimento humano e do pensamento linear;
- Falsa racionalidade: redução/disjunção;
- A multidimensionalidade humana: Os diálogos razão/emoção e consciência humana;
- Por uma nova epistemologia educativa. O que vale a pena ser aprendido?
- Ontologia, epistemologia e metodologia: A unidade do conhecimento pedagógico;
- Experiências e propostas para um currículo alternativo e transdisciplinar.
Módulo 04 – Ensinar a condição humana – Nossa condição humana é fruto de nossa condição hipercomplexa que integra as dimensões física, biológica, social, cultural e espiritual, presentes em nossa corporeidade. Essas dimensões nos inserem no mundo e nos diferenciam. O estudo e compreensão de nossa condição humana deveria ser a coluna vertebral da educação, lembrando que é impossível conceber e compreender a condição humana a partir de um pensamento fragmentado e disjuntivo.
- A consciência da complexidade humana
- Educação e o triângulo da vida;
- Pedagogia da ternura e da sensibilidade: reflexões e experiências.
- Educação, complexidade e valores humanos: Questões axiológicas, teleológicas e metodológicas.
- Educação corporal e educação emocional: reflexões, propostas e experiências;
Módulo 05 – – Ensinar a identidade terrena – A identidade humana continua sendo ignorada pelos programas de educação, esquecendo que sua construção implica o relacionamento indivíduo/sociedade/espécie. E para a sociedade existir, ela depende dessas interações;
- Consciência antropológica: a unidade na diversidade
- Educação ambiental, consciência ecológica, educação para a sustentabilidade: experiências.
- Educação para a solidariedade, a cooperação e a cidadania: propostas e experiências.
- As patologias sociais e a responsabilidades institucionais e de seus agentes.
- Educação, não violência e cultura de paz.
Módulo 06 – Enfrentar as incertezas – A incerteza é parte substancial da vida e toda ação humana é ontologicamente complexa e, portanto, incerta, ao mover-se em um mundo de i riscos, emergências e processos autoeco-organizadores. O problema é que ensinamos somente as certezas e nos esquecemos que, em todos os domínios da natureza, ocorrem emergências e surge o inesperado. Morin, nos ensina que a aventura humana não é previsível, mas o imprevisto não é totalmente desconhecido;
- A incerteza do real e a incerteza do conhecimento;
- A incerteza histórica e o mito do progresso;
- A história humana como complexo de ordem, desordem e organização;
- Incerteza, complexidade e ecologia da ação;
- Como enfrentar as incertezas da realidade e dos processos de construção do conhecimento.
Módulo 07 – – ENSINAR A COMPREENSÃO – A compreensão deveria ser um meio e um fim da comunicação humana. Entretanto, o ensino para a compreensão está ausente da maioria dos processos educativos. Não se ensina como compreender uns aos outros. Mais do que nunca, o mundo e o planeta necessitam da compreensão mútua, da empatia e solidariedade, cujo desenvolvimento pede a reforma das mentalidades. Esta é uma condição fundamental para que as relações humanas saiam da barbárie que emerge das incompreensões.
- Educação para a tolerância, a inclusão, a solidariedade, a compaixão, a escuta sensível….
- A aprendizagem da compreensão. Dimensão individual (aspectos cognitivos, emocionais e espirituais) e dimensão social (aspectos organizativos, decisórios, mediadores, resolução de conflitos etc.);
- A compreensão do outro e a consciência da complexidade humana;
- Educação para uma cidadania planetária.
Módulo 08 – A ÉTICA DO GÊNERO HUMANO – A aprendizagem da ética do gênero humano é uma das tarefas fundamentais e urgentes do nosso tempo, incluindo a ética da justiça, da solidariedade, da paz, assim como a ética da compreensão, do cuidado e da compaixão; deve ser garantida de forma permanente e prioritária, como condição prévia para a aprendizagem da ética do gênero humano.
- A compreensão ética: quais são os obstáculos à compreensão?
- A aprendizagem da democracia;
- Aprendizagem dos direitos humanos;
- Ambientes de aprendizagem como espaço de convivência e transformação;
- Aprendizagem da religação, aprendizagem da ética e aprendizagem do amor.
Cada módulo terá uma apresentação síncrona a respeito da temática, com duração prevista de 2.0 h cada, acrescida de textos autorais para leitura e aprofundamento temático. As leituras e a elaboração de um pré-projeto para implementação de alguma atividade sobre os 7Saberes deverão compor as demais 24 horas restantes previstas para o curso, totalizando as 40 horas planejadas. Todos os módulos contarão com a participação dos professores doutores Maria Cândida Moraes, Izabel Petraglia, Mariangelica Arone, Maximina Freire e Wilson Horvath.
Formato: O curso será totalmente virtual, constituído por oito Rodas de Diálogo síncronas, de 02h cada e que ocorrerão no período de 06 de agosto a 24 de setembro de 2025, mais precisamente, às quartas-feiras. Apesar das gravações ficarem disponibilizadas na plataforma por quinze dias, para quem não participou no momento da ‘live’, destacamos a importância do acompanhamento semanal das referidas aulas. Também serão apresentados textos de autoria dos referidos professores, além de outras indicações de leitura para o aprofundamento teórico desejado.
Número de vagas – 40
Carga horária total do curso – 40h
Cronograma
Período de 06 de agosto a 24 de setembro, às quartas feiras, das 20 às 22 horas.
Metodologia
O curso está organizado em oito módulos, os quais serão desenvolvidos a partir da construção de um “Espaço de Diálogo” ou “Roda de Diálogo”, modalidade em que diversos atores sociais conversam, dialogam, refletem sobre o tema de um dos Saberes, trocando ideias, experiências e conhecimentos, bem como discutindo problemas, preocupações ou projetos pelos quais estão interessados. É uma modalidade em que se busca diferentes olhares e perspectivas ao redor de um problema ou de um dos saberes estudado, visando a construção coletiva de conhecimento.
Como procedimento pedagógico, a Roda de Diálogo requer uma visão interdisciplinar ou transdisciplinar da problemática em foco, sendo considerada uma ferramenta de grande valor formativo, tanto no âmbito educativo quanto no âmbito político, para a construção de procedimentos democráticos e o empoderamento social.
Todos os módulos serão complementados por leituras indicadas e deverão ter uma estrutura flexível e adaptada às demandas e necessidades dos participantes, no sentido de garantir os aspectos conceituais, os recursos comunicacionais e as estratégias didáticas necessárias. Através da criação de situações que facilitem a interação e a expressão das próprias inquietações, necessidades e expectativas dos participantes serão geradas dinâmicas de discussão, de aplicação, de criação e comunicação de experiências.
Observação – É proibido fazer download da atividade e captação de áudio e imagens por qualquer meio, bem como a socialização do link de acesso a pessoas não inscritas na atividade.
Trabalho conclusivo: Após participar e estudar o material disponibilizado, o(a) cursista deverá elaborar um pré-projeto sobre alguma atividade que ele tenha interesse em desenvolver junto à sua escola ou comunidade qualquer, abordando a questão dos 7 Saberes. (Pré-projeto: com justificativa, objetivos, metodologia etc.). Em vez de pré-projeto, como trabalho final, o (a) cursista também poderá optar pela escrita de um artigo científico sobre a temática dos 7 Saberes. Havendo número suficiente de textos apresentados, poderemos estudar a possibilidade de publicá-lo em uma obra coletiva, após a devida avaliação por um colegiado de especialistas na área.
Referências
ARENDT, Hannah. La crisis em la educación. In: Entre el pasado y el futuro. Barcelona: Península, 1996.
BOFF, Leonardo. Emergência Climática: o que precisa entrar na pauta da Educação.
https://leonardoboff.org/2024/05/10/emergencia-climatica-o-que-precisa-entrar-na-pauta-da-educacao/ (Acesso em 18. mai.2024).
CARTA DE FORTALEZA – Por uma Educação Transformadora: os Sete Saberes necessários a uma Educação do Presente. Moraes, Maria Cândida; Almeida, Maria da Conceição (org..). In: Os Sete Saberes Necessários à Educação do Presente. Rio de Janeiro: Editora WAK, 2012.
MORAES, Maria Cândida; ALMEIDA, Maria Conceição (Orgs). Os sete saberes necessários à educação do presente. Rio de Janeiro: Editora WAK, 2012.
MORAES, Maria Cândida. Edgar Morin: humanista e educador planetário. In: Saberes para uma Educação Planetária: homenagem a Edgar Morin. Rio de Janeiro: Editora WAK, 2019.
MORIN, Edgar. Os Sete Saberes Necessários à Educação do Futuro. Tradução: Catarina Eleonora F. da Silva e Jeanne Sawaya; Revisão técnica: Edgard de Assis Carvalho. São Paulo: Cortez; Brasília: UNESCO, 2000.
MORIN, Edgar. Palestra de Abertura da Conferência sobre os 7 Saberes para uma Educação do Presente. Fortaleza: UECE, 2010 (vídeo).
MORIN, Edgar; CIURANA, Emilio-Roger; MOTTA, Raul D. Educar na era planetária. Tradução: Sandra Trabucco Valenzuela. São Paulo: Cortez; Brasília: UNESCO, 2003.
NOBRE, Carlos. O Brasil corre o risco de ser um país “arrasado por desastres naturais. Disponível em: https://www.diariodocentrodomundo.com.br/carlos-nobre-brasil-corre-o-risco-de-ser-um-pais-arrasado-por-desastres-naturais/ (Acesso em 18. mai. 2024).
PENA-VEGA, Alfredo. Os sete saberes necessários à educação sobre as mudanças climáticas. São Paulo: Cortez, 2023.
PENA-VEGA, Alfredo; PETRAGLIA, Izabel. As incertezas como narrativa do imprevisível: o real e o complexo. Polyphonía. V. 31/1. 2020. Disponível em: https://bit.ly/3tw0a7b
PETRAGLIA, Izabel; ARONE, Mariangelica. A educação do futuro e o futuro da educação em tempos de pandemia. Revista Humanidades e Inovação. V.8, n. 43. 2021 (p. 21-32). Disponível em: https://bit.ly/3tpnC6l
PETRAGLIA, Izabel C. Educação e complexidade – os sete saberes na prática pedagógica. In: MORAES, M. C. e ALMEIDA, M. da C. (Orgs.). Os Sete Saberes Necessários à Educação do Presente: Por uma educação transformadora. Rio de Janeiro: WAK Editora, 2012. (129-147).
UNESCO. Posibles, aún invisibles. Edgar Morin y el realismo de la utopia: los siete saberes y la agenda 2030. Paris: Unesco; Montevidéu: Oficina Regional de Ciências de Unesco para América Latina y el Caribe, 2021.