Debate sobre Pesquisa em Educação e Cultura
ID da reunião: 885 4191 2972
Senha: 008048
Horário: 20h às 22h
Público-alvo: Professores, pesquisadores e público em geral.
Carga horária – 02 h
Número de vagas – 100
Como pesquisar a partir de métodos (ou estratégias) abertos à intuição, às emergências, ao acaso e às incertezas? Em pesquisa, é possível utilizar uma outra racionalidade que seja mais dialógica, não-linear, criativa, auto-eco-organizadora e que traga consigo um método como caminho, como itinerância, em vez de uma lógica mais linear, simplista e excludente, com suas regras e padrões estabelecidos a priori?
A grande pergunta norteadora das discussões sobre este tema será: No desenvolvimento da pesquisa em Educação e Cultura, como operar a passagem de uma metodologia pautada em uma racionalidade que privilegia a disjunção do saber e da vida, para uma inteligibilidade complexa baseada na interdependência entre sujeito e objeto do conhecimento, entre o sujeito cognoscente e os diferentes saberes teóricos, práticos e existenciais? E ainda mais, como repensar os diversos procedimentos de pesquisa integrando a epistemologia da complexidade e a transdisciplinaridade? São questões fundamentais a serem discutidas durante o desenvolvimento desta Roda de Diálogo.
Justificativa
A fragmentação do conhecimento e a crise dos valores éticos, sociais e culturais na contemporaneidade exigem novas abordagens teóricas e metodológicas. Edgar Morin oferece um marco teórico relevante para repensar a educação e a cultura, propondo uma visão integradora e complexa da realidade e da produção do conhecimento. Paradigma, epistemologia e método são elementos inseparáveis, constituintes de uma trilogia que não pode ser rompida. A epistemologia da complexidade desafia o pesquisador a repensar suas pesquisas a partir de estratégias metodológicas inovadoras, criativas, capazes de iluminar e oxigenar a produção cientifica, aproximando-a dos processos vitais, de métodos ‘in vivo’ e não ‘in-vitro’, em permanente processo de construção e reorganização constante.
Objetivo Geral
Conhecer e refletir sobre a produção de conhecimento e a pesquisa em educação e cultura, identificando possibilidades de aplicação de princípios teóricos e metodológicos da complexidade em práticas e projetos culturais que promovam a formação humana multidimensional.
Objetivos Específicos
- Compreender o significado e a importância de se pesquisar em educação e cultura;
- Identificar as principais características definidoras das perspectivas teóricas com que se trabalha em educação e cultura;
- Compreender os princípios do Pensamento Complexo de Edgar Morin e suas implicações para as práticas da pesquisa.
Conteúdos
- O que significa pesquisar em educação e cultura?
- O que é uma perspectiva teórica e epistemológica em relação ao conhecimento científico?
- Quais são as principais características epistemológicas das perspectivas teóricas mais tradicionais com que se trabalha em educação e pesquisa? O que diferencia a perspectiva teórica da complexidade em relação a elas?
- Perspectiva teórica da complexidade e implicações na pesquisa em educação e cultura.
- Princípios da complexidade e seus desdobramentos na pesquisa;
- Implicações metodológicas da complexidade na pesquisa (método, metodologia e estratégia);
- O pensar complexo na pesquisa em educação e cultura: algumas recomendações;
Debate: Como desenvolver, a partir da epistemologia da complexidade, um outro olhar sobre a pesquisa em educação e cultura?
Metodologia
A metodologia usada nessa atividade será a apresentação do tema por dois debatedores especialistas no assunto e depois será aberta uma plenária para comentários, perguntas e troca de experiências. Em um Espaço de Diálogo, participam sujeitos implicados e interessados em um intercâmbio de conhecimento ou de experiências. Portanto, um Debate/Espaço de Diálogo/Roda de Diálogo constitui um encontro que possibilita diferentes olhares e perspectivas ao redor de um problema ou de uma temática, geralmente, um caráter consultivo e de construção coletiva de conhecimento. É, portanto, um procedimento ou uma estratégia inter ou transdisciplinar muito útil para fazer frente a situações e problemas novos, assim como para integrar comunidades em processos de participação e empoderamento. É uma ferramenta de grande valor formativo, tanto no âmbito educativo quanto no âmbito cultural e político, para a construção de procedimentos democráticos e o empoderamento social.
Avaliação – Comentário Reflexivo-crítico
O participante deverá realizar um comentário reflexivo-crítico, de até 2.000 (dois mil) caracteres com espaços, fazendo conexões entre os temas tratados na roda de diálogo e a sua experiência profissional, até 30 dias após o término da apresentação.
Certificação de Curso Livre
Os certificados serão disponibilizados a partir de 45 dias, do término do curso, para os participantes que tiveram frequência na atividade e enviaram o seu comentário reflexivo-crítico à secretaria do CEP Edgar Morin.
Referências Bibliográficas
DEMO, Pedro. Conhecer e aprender: Sabedoria dos limites e desafios. Porto Alegre: Artmed Editora, 2000.
KOCHE, José Carlos. Fundamentos de metodologia científica: teoria da ciência e iniciação à pesquisa. Petrópolis: Vozes, 2003
MORAES, Maria Cândida. Epistemologia da complexidade e a pesquisa educacional. Rio de Janeiro: Editora WAK, 2025.
MORAES, Maria Cândida. O paradigma educacional ecossistêmico: por uma nova ecologia da aprendizagem humana. Rio de Janeiro: Editora WAK, 2021.
MORIN, Edgar. A Cabeça Bem-Feita: repensar a reforma, reformar o pensamento. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2001.
___________. Ciência com consciência. 8. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2005.
___________. Introdução ao pensamento complexo. Porto alegre: Sulina, 2006.
___________. A religação dos saberes: o desafio do século XXI. 9. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2010.
CURRÍCULOS DE PALESTRANTES, DEBATEDORES, COORDENADORES DE OFICINAS E DEBATES
*Izabel Petraglia
Coordenação geral do projeto, responsável técnico e gestão econômico financeira
É diretora presidente do Centro de Estudos e Pesquisas Edgar Morin – Possui graduação em Pedagogia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1985), graduação em Psicologia pela Universidade Paulista (1998), mestrado em Educação (Currículo) pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1991), doutorado em Educação pela Universidade de São Paulo (1998) e Pós-doutorado pelo Centre Edgar Morin, da Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais - EHESS, em Paris, França (2001). Mais de 35 anos de experiência no magistério do Ensino Superior, sendo os últimos 25 na Pós-Graduação Stricto Sensu em Educação e em Administração. Tem experiência em gestão acadêmica, tendo exercido cargos e funções de Diretora de Faculdade de Educação e Ciências Sociais, Coordenadora de Programa de Pós-Graduação em Educação e Diretora de Pesquisa. Participa de Associações Nacionais e Internacionais de Pesquisa, como Sociedade de Filosofia da Educação de Países e Comunidades de Língua Portuguesa (SOFELP) e Associação Internacional para o Pensamento Complexo (APC). É membro do Comitê Científico Internacional da Fundação Edgar Morin, da UNESCO, Paris, França. É autora e organizadora de 15 livros, 39 artigos em Revistas Científicas nacionais e internacionais e 56 capítulos de livros.
*Maria Cândida Moraes
Curadora e professora
É diretora institucional do Centro de Estudos e Pesquisas Edgar Morin - Possui Mestrado em Ciências pelo Instituto de Pesquisas Espaciais (1975), título revalidado pela UNICAMP. Doutorado em educação (currículo) pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1996). Professora aposentada do Programa de Pós-Graduação em Educação na Universidade Católica de Brasília. Pesquisadora do grupo internacional consolidado de pesquisa GIAD da Universidade de Barcelona de 2002 a 2014. Foi professora do Programa de Pós-Graduação em Educação da PUC/SP, por mais de 10 anos. Assessora de Planejamento do Ministério da Educação e do Ministério do Planejamento. É pesquisadora do CNPq e foi pesquisadora da CAPES. Foi também pesquisadora - visitante da OEA (em Washington), pesquisadora e professora visitante da Universidade de Barcelona de 2002 a 2015. É coordenadora adjunta da Rede Internacional de Ecologia dos Saberes -RIES da Universidade de Barcelona, além de conferencista nacional e internacional, tendo proferido mais de duas centenas de conferências em sua área de atuação. Tem experiência na área de Educação, com ênfase em fundamentos da educação, atuando principalmente nos seguintes temas: paradigma, complexidade, transdisciplinaridade, pedagogia ecossistêmica. Em 2019, recebeu o Prêmio Ricardo Marin, da Associação de Criatividade da Espanha -ASOCREA, por suas contribuições à área. É membro do Conselho Científico da Fundação Edgar Morin de Paris. Tem 18 livros publicados e diversos artigos e capítulos de livro.
*Maximina Maria Freire
Debatedora e professora
É diretora de projetos do Centro de Estudos e Pesquisas Edgar Morin - Possui graduação em Letras (Português - Inglês) e em Pedagogia; mestrado em Lingüística Aplicada ao Ensino de Línguas, pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo edoutorado em Educação, pelo Ontario Institute for Studies In Education, da University of Toronto. É Professor Assistente Doutor na Pontifícia UniversidadeCatólica de São Paulo. Tem experiência nas áreas de Lingüística Aplicada, Educação, Tecnologia Educacional e Educação a Distância, Complexidade e Transdisciplinaridade, atuando em docência, pesquisa, extensão e orientação, principalmente, nos seguintes temas: formação de professores em/para contextos presenciais, híbridos, remotos e digitais; planejamento, implementação e avaliação de interfaces digitais e ambientes digitais de ensino-aprendizagem; tecnologia educacional; CALL; CMC; educação a distância; design educacional complexo, abordagem hermenêutico-fenomenológica complexa de pesquisa; ensino-aprendizagem de idiomas; complexidade e transdisciplinaridade, transmídia e transletramento. É líder do Grupo de Pesquisa sobre a Abordagem Hermenêutico-Fenomenológica e Complexidade, cadastrado no Diretório CNPq, desde 2010.
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